16 de mar. de 2018

Vazio

Vazia, cheia.
Cheia de vazio.
Vazio que alimenta, que ocupa, transborda e regride, devora faminto um pedaço do meu nada que muito significa. Amontoa falhas de mim, por todos os cantos escuros, preenchendo e desvanecendo na incoerência das frases que não conversam com os meus lábios e tampouco são rabiscadas pelos meus dedos. Enfim, suspirei, e me lotei da imensidão de todos os abismos em que fui esquecida. E expirei as letras amassadas, os versos partidos, os verbos crispados sob os dedos dormentes. 
Eu estava tão dolorida!
Impaciente da vivacidade dos outros, dos olhares coloridos, dos perfumes exalados. Tudo resultava em pedra, e eu odiava... Odiava... Odiava até meu próprio ódio e o gosto sofrido da ponta da língua até o eriçar dos meus pelos. Havia me tornado cética, intolerante, com balbucios que vociferavam sem parar. Era mais uma dos que caminhavam descuidados, a passos soltos e com pontas soltas, pelos caminhos que não se escolhem batizados de destino.
Eu vejo o mundo de olhos fechados.

6 de mar. de 2018

Só mais um texto confuso

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Eu estava novamente sozinha
Eu e as vozes na minha cabeça
A sua voz na minha cabeça
Me punindo
Me destroçando
Me despedaçando
Como se eu não pudesse sentir
Mas eu não posso, certo?
Eu estou murcha por dentro, seca e retorcida como um galho pontudo atingido pela imensidão de um raio.
Eu estava implodindo. 
Nenhuma das minhas palavras saíram. E com elas, morri entalada
Sufocada
Ninguém se incomodou em me notar
As árvores mortas não enfeitam jardins, certo?
Elas não representam nada
Não absorvem nada
Não exalam nada
Não transpiram nada
Você nunca parou para observar as rachaduras no tronco, certo?